quinta-feira, setembro 10, 2009

Revista-cardápio


Está prontinha e mui bela, a revista-cardápio do Mesa de Cinema 48. A cada edição do evento, no lugar de um simples menu, a gente tem agora uma revistinha com informações gerais sobre o Mesa de Cinema, filme selecionado, chef, receitas, vinhos, personagens, equipe... ganha quem for ao evento, edição limitada e direcionadíssima.

O Mesa 48 acontece dia 14, segunda-feira, às 19h, no Instituto NT de Cinema e Cultura, em Porto Alegre, com o filme Estômago. Reservas e informações; rejane@nexocomunica.com ou (51) 9196 0249. Ingressos: R$ 120 (tudo incluído)

Para quem quiser se antecipar, segue aqui uma receitinha que tem tudo a ver com o filme:

Coxinha de galinha
24 unidades

Ingredientes
350g de farinha de trigo
25g de manteiga sem sal
500ml de leite
500g de peito de galinha
2 folhas de louro
100g de cebola
2 dentes de alho
Farinha de rosca pra empanar
Ovos para empanar
Óleo para fritar

Modo de preparo
Colocar a ferver o leite juntamente com o sal e a manteiga. Assim que ferver, adicionar a farinha de uma vez só, cozinhando até desgrudar do fundo da panela. Sovar ainda quente e a seguir modelar as coxinhas recheando com a galinha refogada. Depois de recheada. Passe-as pelos ovos batidos e em seguida, pela farinha de rosca. Leve para fritar em óleo quente (180ºC)

Recheio
Cozinhar o peito com folha de louro, a seguir desfiar. Saltear a cebola, o alho e a galinha desfiada no azeite de oliva, temperando a gosto.

domingo, setembro 06, 2009

O mistério dos pastéis de Santa Clara



Mesmo descendente de uma família de formigas, com mãe e vó vinda de Pelotas, não sou uma pessoa exatamente fissurada em doces. Me comovem o visual, a forma e, claro, sucumbo à larica provocada por algumas abstinências ou exageros. Os doces portugueses com aura pelotense me atraem muito exatamente pelo conjunto de visual, forma, sabor e textura. O excesso de ovos sempre me deixa com o pé atrás, mas não o suficiente para me deter! Os tais pastéis de Santa Clara sempre foram um mistério. Aquela massa fina como papel vegetal envolvendo o doce de ovos é um mistério. Ou, melhor, era. Isso mudou no último sábado, dia 5 de setembro.

Ter uma aula especial com uma mestre da culinária já seria privilégio de bom tamanho para salvar meu feriadão em Porto Alegre. Maria Teresa Pessano é professora de culinária há mais de 50 anos e não cansa de passar adiante seus ensinamentos. Na sexta, ela me liga convidando para acompanhar uma aula em que iria ensinar simplesmente duas das maiores chefs em atuação no Brasil: Neka Menna Barreto na foto, à direita) e Roberta Sudbrack (à esquerda). Sem a menor dúvida, aceitei no ato. Sábado 9h30min lá estava eu a postos. Foi uma manhã mágica. Não creio em minha capacidade para fazer um pastel de Santa Clara à altura da receita de Maria Teresa, mas isso é o que menos me importa. O aprendizado naquela manhã foi além de dosagens, ingredientes e temperaturas adequadas. Foi uma aula de humildade e partilha numa cozinha repleta de talentos. Roberta e Neka chegaram acompanhadas pela franco-espanhola Nathalie, pelo advogado dublê de cozinheiro Marcelo Cury e pela cozinheira Camila Coura. Jarbas, marido da Maria Teresa, se esmerava no preparo de uma de suas especialidades: carreteiro legítimo, aquele com charque, ovo picado, tempero verde e a indefectível rosinha de tomate “para a foto”. Entre chimarrão, caipirinha, croissants e pãozinho de queijo, a farra toda foi aprender passo a passo o segredo da massa do pastel de Santa Clara, recheio e dobradura.

Maria Teresa abriu a massa e o jogo, não escondendo nenhum detalhe. “Para ensinar, tem que se entregar tudo”, disse ela. “Sem entrega, não há aprendizado”.