domingo, junho 21, 2009

Lembranças da Provence (1): Ray Jane


Puxa, que susto! Escapei de embarcar no vôo da Air France que caiu. Foi minha primeira reserva, mas em função da edição do Mesa de Cinema no dia 30 de maio, era impossível embarcar no dia seguinte, por isso, a viagem foi trocada para a segunda-feira, dia 1º. Estranho como isso impressiona. Não exatamente a mim, mas minha mãe, por exemplo, não sossegou enquanto não me viu de volta. Amigos mais destemidos ligaram na segunda cedinho, outros, cautelosos, mandaram torpedos, e-mails... Houve os que esperaram a lista! Mas Rejane não estava lá! Ufa!

Sã, salva e muito feliz, voltei de uma viagem de duas semaninhas ao sul da França. Menos turística e mais afetiva. Fui visitar parte da família do Michel, mon amour, e conhecer os recantos de sua infância em Aix en Provence, Bandol, etc. Ficamos hospedados na casa de Christine e Didier, na pequenina Signe, um povoado afastado de tudo, incrustado na serra, cercado de verde, flores e um perfume constante de alecrim, rosas e tomilho no ar.

A semelhança com as locações mostradas no filme Um Bom Ano é impressionante. As videiras, os plátanos e os ciclistas fazendo pareciam encomendados para me fazer crer que o Russel Crowe iria aparecer a qualquer momento, me oferecendo um golinho do Coin Perdu. Nem ele, nem a Marion Cotilliard deram o ar de sua graça - e não fizeram falta! Hehehe!

Em visita a uma vinícola, descendo de Castellet, rumo a Bandol, nos sentimos protagonistas de Sideways, degustando vinhos excelentes, outros muito fortes com acentuada presença do tanino. E eu tentando acompanhar a explanação do lindo mocinho que nos recebeu. Meus conhecimentos médios da língua e do vinho exigiram algumas repetições e pude captar que a cepa mourvèdre predominante na região é a rainha dos tintos por lá. Como já conhecíamos alguns rosés, optamos por novas descobertas e nos atiramos nos tintos. Compramos um Bandol Rouge com 90% de mourvèdre, 5% de grenache e 5% de cinsault, mas nos caiu muito pesado. Não é coisa pra iniciante. É um vinho bem forte, encorpado e com o tanino dizendo alô o tempo todo. Preferimos os mais delicados e fomos em busca dos rosés, marca registrada da Provença. Ficamos entusiasmados com a descoberta de vinhos do Domaine Ray Jane que compramos sem degustar, somente enlevados pela brincadeira com meu nome (rsrsrs) Foi uma escolha às cegas das mais prazerosas! De cor mais para o salmão do que para o rosa, é um vinho bem frutado e com aroma de flores também marcante. O sabor tem uma pitada doce que suaviza o paladar. Na composição, as mesmas uvas do tinto, mas em porcentagens que fizeram toda a diferença: 40% de grenache, 20% de mourvèdre e 20% de cinsault. Delícia do primeiro ao último gole. À votre santé!

Um comentário:

  1. Nada como ter um vinho particular.

    By the way, nada como a ignorância feliz, foi ótimo não saber que você iria viajar para a França.

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